1 de jun. de 2014

Diário - parte 1

No primeiro dia de aula tudo é mais difícil, principalmente achar alguém que se pareça com você. Não sou muito extrovertida, gosto de ficar mais na minha e não sou boa de arrumar assunto com ninguém, então não sou dessas de ter uma melhor amiga. Vim aqui para uma determinação; seguir o meu destino para que meu conto não seja esquecido e não para fazer amizades. Falando assim, eu pareço fria e sem sentido, mas não sou eu que não quero arrumar amigas, são as pessoas que não querem me conhecer. Claro que eu não posso ficar parada esperando o mundo girar em torno de mim, só acho que elas não vão muito com a minha cara. Hoje estou aqui, sozinha sentada na mesa do refeitório escrevendo sem ao menos ver o que está acontecendo á minha volta, porque eu acho que a minha equipe vai ser só eu e eu mesma. Todos os filmes que eu assisti sempre vem alguém e puxa assunto com você enquanto está sozinha, mas isso só acontece em filmes, a realidade é bem mais cruel. Ninguém vai puxar assunto comigo, ninguém ao menos se importa comigo. A vida é um jogo, não um imprevisto. Se eu fosse um pouco menos tímida tentava chegar mais em alguém, mas eu tenho medo dela sair e me achar idiota.

Literatura clássica, livros, contos e história. Essas são as minhas verdadeiras companhias que nunca vão me abandonar. Minha visão do mundo é diferente, vejo ele só voltado para coisas medievais.Talvez isso seja o meu problema. Talvez eu tenho que colocar os pés na realidade e perceber que tenho que seguir em frente. Talvez se eu for um pouco "menos velha", poderia achar alguém, porque quem faz a minha vida sou eu. 
Sim, eu quero ter uma amiga, mas não sei como achar uma. Uma pessoa perfeita para sim seria aquela que completasse as minhas frases. 
Por causa da minha timidez digo que sou muito observadora. As vezes as pessoas nem percebe que eu estou no mesmo local que elas, vendo coisas inesquecíveis. Na última vez que falei com alguém, eu estava andando pela rua quando vi meu vizinho com outra mulher. Ele não me viu durante um tempo, mas conseguiu me notar quando tropecei e caí no local que estava. Ele me implorou para não contar a sua mulher, e jurou que ia mudar. Então eu não contei, e disse que se ele fizesse algum mal para mim ou para a minha família, eu usaria isso como vingança.
Uma coisa que eu nunca contei para ninguém, é que eu sofro de esquizofrenia.

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